De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 30% da população mundial sofre de bruxismo. No Brasil o número é ainda mais alarmante, chegando a até 40%.
Para uma condição que afeta tanto a qualidade de vida, como o bruxismo, é preciso buscar tratamentos mais eficazes, afirma a cirurgiã dentista com PhD em odontologia, Andrea Melo.
“O bruxismo prejudica muito a qualidade de vida do paciente. Ele pode causar dores de cabeça, desconforto na mandíbula, desgaste dos dentes e uma consequência direta de problemas na qualidade do sono. Entre outras questões que afetam diretamente a qualidade de vida. Por isso, é essencial buscar tratamento adequado para aliviar esses problemas”, alerta a especialista.
O que é o bruxismo?
O bruxismo é o ato involuntário de ranger ou apertar os dentes, geralmente durante o sono. Ele pode ser consequência de estresse, ansiedade, distúrbios do sono, alterações hormonais ou secundário a outras doenças como apneia. Existe também o bruxismo em vigília, conhecido como o hábito de apertar os dentes durante o dia.
Os sintomas mais comuns são dores de cabeça, desconforto na mandíbula, desgaste dos dentes, podendo causar até mesmo crescimento ósseo, marcas na língua e dificuldades para dormir.
O tratamento envolve suplementos importantes para o sono, mudança de hábitos noturnos e alimentares, o uso de placas dentárias específicas para cada caso para proteger os dentes, terapias cognitivas para reduzir o estresse, ajustes dentários e, em alguns casos, intervenções fisioterápicas para relaxar os músculos.
Dentista brasileira ajuda a tornar tratamento mais eficaz
Andrea Melo, desenvolvedora do método, conta que é preciso um tratamento mais amplo para englobar a variedade de causas e sintomas do bruxismo e trazer melhores resultados. Segundo ela, a nova metodologia possui três pilares: diagnóstico diferencial, tratamento e controle.
“Essa tríade ajuda a identificar o fator principal que causa o bruxismo naquele indivíduo em questão, principalmente através de formulários específicos e validados na literatura médica. É fundamental analisar melhor o tipo de bruxismo. Por exemplo, se ele causa mais rangimento ou apertamento dos dentes, através do exame da placa diagnóstica”, explica.
A técnica da placa diagnóstica é uma placa ultrafina colocada na boca do paciente que identifica padrões no bruxismo. Trata-se de um exame indolor que o paciente usa ao dormir de 5 a 7 dias. O objetivo é identificar o tipo de bruxismo e sua intensidade.
De acordo com Andrea, muitos dentistas dão o diagnóstico no palpite e, por isso, muitas vezes acabam errando no tratamento. Pensando nisso, a profissional desenvolveu uma metodologia completa para melhorar o diagnóstico e, assim, a solução do problema.
“O tratamento é feito em quatro etapas: a primeira é resolver os hábitos errados, de sono, alimentares, etc. A segunda foca na suplementação, não usamos medicamentos com tarja. Já a terceira etapa é o uso de diferentes placas personalizadas que ajudam a evitar desgastes e dores. Na última, há uma análise da dentição do paciente para ajustar a oclusão e outras situações”, detalha a cirurgiã dentista.
“Feito o tratamento, o paciente tem três meses seguindo as mudanças prescritas, o uso dos suplementos e diferentes placas. Após isso, é feito o controle, em que a situação do paciente é analisada periodicamente para realinhar, modular, direcionar ou suspender a suplementação”, finaliza Andrea.