Virginia Fonseca, esposa de Zé Felipe, revelou em seu perfil no Instagram que sua médica suspeita que suas dores de cabeça constantes sejam por conta de uma cefaleia tensional. A influenciadora digital e empresária está grávida de oito meses e precisou ser internada em maio deste ano devido às fortes dores.
O que é a cefaleia tensional
A cefaleia tensional é o tipo de dor de cabeça mais comum do mundo: um estudo publicado no Journal of Headache and Pain aponta que ela atinge até 1,5 bilhão de pessoas. A dor causa a sensação de pressão, aperto ou peso, e pode causar um leve mal-estar. Além disso, ela pode ser sanada com medicamentos, diferente da cefaleia refratária, que normalmente não passa com o uso de remédios.
“A cefaleia tensional é bem diferente da enxaqueca, por exemplo. Apesar de provocarem dores na região da cabeça, elas se manifestam de formas diferentes”, afirma o neurocirurgião do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Wanderley Cerqueira de Lima.
Ele destaca que a enxaqueca não é uma dor de cabeça comum, pois o seu desconforto é mais intenso do que o normal. Geralmente a dor da enxaqueca se inicia em um dos lados da cabeça e vai aumentando aos poucos, o que é acompanhado de náuseas e vômitos. Ela também não piora com atividade física, luz, sons ou odores. Já a cefaleia tensional é considerada uma dor mais moderada, que não incapacita as pessoas de realizarem outras atividades.
Cefaleia episódica e crônica
O especialista explica que existem dois tipos de cefaleia tensional: a episódica e a crônica. “A cefaleia episódica geralmente está associada ao estresse, insônia, jejum prolongado e também outros fatores como sinusite. Normalmente, ela apresenta dor de cabeça moderada e que pode ser sanada com medicamentos, relaxamento e descanso”, explica.
Já a cefaleia crônica pode se repetir diariamente, e está relacionada à musculatura contraída da região cervical e das têmporas. “Mesmo parecendo um dor de cabeça sem importância, é necessário o acompanhamento médico de um neurologista, pois somente ele poderá saber que se trata de uma cefaleia primária (onde a dor é o único sintoma) ou cefaleia secundária, que pode estar associada a outras doenças como enxaqueca, aneurismas, tumor ou até mesmo um AVC”, alerta.
Além disso, o neurocirurgião destaca também que é preciso tomar muito cuidado com a automedicação para não haver um exagero nos analgésicos, que em demasia, podem causar efeito rebote.
Sintomas
O Dr. Wanderley aponta os principais sintomas da cefaleia refratária:
- Dor em forma de pressão, como se você estivesse usando um capacete que pesa na sua cabeça;
- Dor na nuca, ou que atinge a testa e as laterais da cabeça;
- Muita sensibilidade no couro cabeludo, pescoço ou ombros.
“A cefaleia tensional pode durar cerca de 30 minutos, mas é recomendável a busca por tratamento médico caso ela se torne frequente“, afirma.
Causas
De acordo com o especialista, a cefaleia tensional pode ter diversas causas. Ele cita as principais:
- Estresse e ansiedade
“O estresse crônico e as crises de ansiedade são os principais causadores da cefaleia tensional, pois faz com que haja a contração dos músculos do pescoço e das têmporas. A sensação é de que a cabeça está sendo comprimida”, explica.
- Bruxismo de vigília
“O bruxismo de vigília consiste no hábito de tensionar a mandíbula de maneira inconsciente ao longo do dia. Isso pode fazer com que ocorra dor na face e na cabeça. Além disso, muitas vezes o sistema nervoso central fica sensibilizado, passando a enviar estímulos que o seu corpo interpreta como sinais de dor”, esclarece o médico.
- Privação do sono
“Dormir pouco pode afetar o corpo como um todo, mas acarreta principalmente a cefaleia tensional, pois o corpo precisa de um sono reparador para conseguir se recuperar para o próximo dia”, revela.
- Má postura
“Qualquer atividade em que a cabeça permaneça na mesma posição, sem se mover por um longo período, pode acarretar a cefaleia tensional. Entre elas estão postura inadequada em frente ao computador, ficar com a cabeça abaixada para visualizar o celular e dormir em uma posição anormal”, aponta Wanderley.
Diagnóstico e tratamentos
O diagnóstico da cefaleia tensional é clínico, feito a partir da descrição dos sintomas com o histórico do paciente. No entanto, o médico pode solicitar a realização de um exame neurológico, se houver necessidade.
Para tratar a cefaleia tensional, é comum a prescrição de medicamentos. Geralmente, os medicamentos mais indicados são os analgésicos e os anti-inflamatórios, que agem rapidamente, cessando a dor de cabeça. Também há a indicação de descanso.
“Geralmente mulheres grávidas (como é o caso de Virginia) e lactantes só podem ingerir um tipo de analgésico, que tem restrita indicação do médico”, finaliza o neurocirurgião.