A enxaqueca é um dos tipos de dores de cabeça mais comuns. Ela é uma doença neurovascular, causada por desequilíbrio químico no sistema nervoso central, e se caracteriza pela dor latejante em apenas um dos lados da cabeça. A frequência pode variar desde episódios bem espaçados a várias vezes ao mês, com crises que duram até 72 horas. Há também a enxaqueca que não causa dor, e tem como sintomas vertigem, tontura e desequilíbrio.
Diferentes tipos de enxaqueca
A enxaqueca possui quatro principais fases: pródromo (premonitória), aura, crise e pósdromo, respectivamente nessa ordem, mas nem sempre as pessoas passam por todas elas. A doença tem dois subtipos: sem aura (75% dos casos) e com aura (25%). A enxaqueca sem aura é a dor unilateral, com intensidade moderada ou grave, podendo aumentar com atividade física de rotina. O indivíduo sente náuseas, fotofobia (intolerância à luz), desconforto a sons e odores fortes, além de apresentar transtornos gástricos.
A enxaqueca com aura está relacionada a sintomas neurológicos transitórios, que antecipam ou acompanham a cefaleia. A aura é um aviso fisiológico que atinge a visão ou outros sentidos. Já os sintomas neurológicos da doença surgem em apenas um lado do corpo ou do campo visual, e podem acometer a fala, o tato ou a coordenação.
Após a crise cessar, na fase pósdromo, mesmo sem dor o indivíduo ainda não tem energia para se dedicar às atividades, principalmente as intelectuais, pois a etapa é semelhante à do pródromo, em que a fadiga está presente.
“Uma boa dica para evitar crises é manter uma dieta equilibrada, com consumo de alimentos mais saudáveis, em detrimento dos produtos industrializados, e ingerir bastante água. Além disso, esses hábitos, além de evitar a enxaqueca, também contribuem para a saúde geral do organismo e para a longevidade”, destaca a nutricionista Nadya Caroline Mambelli Magri, coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Anhanguera.
Influência dos alimentos
“As causas da enxaqueca podem ser múltiplas e ainda falta muito para a ciência estudar e explicar neste campo. Contudo, algumas condições podem ser desencadeantes para o quadro, como estresse, uso indiscriminado de remédios, o hábito de fumar, jejum prolongado e até o consumo errado de determinadas bebidas e alimentos”, explica a especialista.
Ela esclarece que cada organismo apresenta uma sensibilidade diferente aos alimentos, por isso é importante ter uma avaliação nutricional para determinar quais causam efeitos indesejáveis em cada pessoa.
O café, por exemplo, é saudável se consumido de forma moderada, mas é contraindicado em uma crise de enxaqueca. Isso porque a bebida pode piorar a dor em organismos mais sensíveis aos nutrientes. Quem toma café com frequência e interrompe bruscamente o consumo também pode ativar uma crise.
“Não é recomendável simplesmente privar o indivíduo do consumo, o correto é realizar um diagnóstico adequado que possibilite tratamento para evitar as crises. Além disso, a simples retirada de um determinado alimento da dieta pode acarretar deficiências nutricionais que podem prejudicar o bom funcionamento do organismo”, revela.
Entre as bebidas que mais ocasionam dor são as alcoólicas, como o vinho tinto, a aguardente e a cerveja. Dentre os alimentos, estão os queijos maturados, carne de porco, chocolate, derivados do leite e até mesmo as frutas cítricas.
Os aditivos alimentares que ativam a enxaqueca são o aspartame, o glutamato monossódico e o nitrato de sódio e diversos corantes, o que deve ser observado na embalagem nutricional dos alimentos. Além disso, a ingestão de alimentos enlatados e em conserva também são gatilhos para a enxaqueca, assim como os ultraprocessados com muitos conservantes, corantes e aditivos artificiais.
Nadya ressalta a importância de manter a alimentação saudável o tempo todo e não apenas durante a enxaqueca. “A hidratação é fundamental para manter o equilíbrio do corpo e está relacionada diretamente com crises de enxaqueca”, finaliza.