Hoje é o Dia do Beijo (13/04), data que celebra o popular gesto de carinho e afeto entre casais. Apesar dessa demonstração ser tão comum, o ato de beijar afeta o nosso corpo de formas que a maioria das pessoas sequer imagina, principalmente no cérebro.
Quando se fala do corpo durante uma relação íntima, você pode imaginar qualquer parte do corpo, menos o cérebro. No entanto, ele é um dos órgãos que mais fica ativo enquanto beijamos, afirma o pós-PhD em neurociências e membro da Society for Neuroscience, Dr. Fabiano de Abreu Agrela.
“Na verdade, beijamos muito mais com o cérebro do que com a boca. Isso porque, durante o beijo, ocorrem diversos processos no nosso sistema nervoso que são essenciais não apenas para que esse gesto ocorra, mas para que tenha o impacto que conhecemos”, explica.
O que acontece no seu cérebro durante o beijo?
Antes mesmo do beijo de fato ocorrer, o cérebro já está ativo para o ato. Segundo o neurocientista, neste momento, o órgão desencadeia outras funções biológicas.
“Quando nos encontramos diante de alguém por quem temos atração física, sexual e/ou emocional, um simples contato visual desencadeia o desejo pelo beijo”, diz o especialista.
“Já temos estudos que comprovam também que o beijo é usado pelo cérebro para avaliar a adequação do outro para um relacionamento”, acrescenta o pesquisador.
Segundo ele, isso acontece porque nossos olhos captam a imagem. Em seguida, ela que é processada pelos lobos occipitais e transmitida ao sistema límbico, o centro emocional do cérebro. Esse fenômeno contribui para liberar hormônios do bem-estar como a ocitocina, conhecida como ‘hormônio do amor’”.
Neurotransmissores envolvidos no ato de beijar
Além da ocitocina, durante o beijo o cérebro recebe uma enxurrada de outros neurotransmissores que ajudam a criar a emoção e excitação.
É o caso, por exemplo, da dopamina, que traz a sensação de prazer e bem estar. Há ainda a serotonina, que traz excitação. E, por fim, a epinefrina, responsável por aumentar a frequência cardíaca e o suor, o que ajuda a explicar o ‘coração acelerado’.
“O corpo também libera óxido nítrico, que ajuda a relaxar os vasos sanguíneos e aumentar o fluxo de sangue, o que, para os homens, facilita a ereção, reforçando o papel do beijo como propulsor para a relação sexual”, diz o especialista.
Mas não acaba por aí: o sistema nervoso também possui os chamados nervos sensoriais (dermátomos), que transportam informações como tato, dor e contato pele a pele até a medula espinhal.
“Durante os beijos eles são importantes para aumentar a percepção de estímulos do toque do parceiro”, finaliza o Dr. Fabiano de Abreu Agrela.