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Dia do Sexo: saiba quais os pilares de uma vida sexual segura

Não basta sentir prazer durante o sexo, é preciso adotar cuidados com o bem-estar sexual e prevenir infecções sexualmente transmissíveis

Dia do Sexo: saiba quais os pilares de uma vida sexual segura
Dia do Sexo: saiba quais os pilares de uma vida sexual segura - Foto: Shutterstock

O Dia do Sexo (06/09) surgiu de uma campanha publicitária em 2008. No entanto, logo se tornou uma oportunidade para debater sobre os benefícios da prática sexual para a saúde. Além disso, a data também tem como objetivo conscientizar os indivíduos sobre a importância da segurança e do bem-estar no contexto sexual.

Especialistas e sociedades médicas esclarecem que informar, alertar e conscientizar sobre saúde sexual, principalmente, adolescentes e jovens, pode ajudar na prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, como o HIV/Aids.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a saúde sexual é um estado físico, emocional, mental e social de bem-estar em relação à sexualidade. E, para alcançar esse bem-estar, é preciso ter informações de boa qualidade, conhecer os riscos do sexo desprotegido, ter acesso a cuidados, e viver em um ambiente que promove a saúde sexual. 

Adolescência e educação sexual

“Em geral, os aspectos relacionados à saúde sexual levantam polêmicas e podem ser marcados por preconceitos e tabus. A adolescência, por exemplo, é um momento da vida que muitas dúvidas aparecem. E também, geralmente, surgem as primeiras experiências sexuais”, analisa o Dr. Marcelo Lima, infectologista e Gerente Médico da GSK/ViiV Healthcare.

Por isso, segundo o profissional, é essencial que os adolescentes e jovens possam ter acesso às informações sobre sexualidade, sobre sexo seguro e conheçam o seu corpo. Nesse contexto, é importante dizer que a educação sexual não incentiva a sexualidade precoce

“Pelo contrário, informar o assunto de forma efetiva e qualificada tende a fazer com que os adolescentes e os jovens façam escolhas mais conscientes do que os que não tiveram informações. Sem informação e orientação, essas ações podem resultar, entre outras, em gestações não planejadas ou até em infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como o HIV”, diz o médico.

HIV e Aids

Infelizmente, essa já é uma realidade. De acordo com a UNAIDS, cerca da metade de todas as novas infecções pelo HIV no mundo inteiro ocorre entre jovens de 15 a 24 anos. Mundialmente, as doenças relacionadas à Aids são a segunda principal causa de morte entre jovens de 10 a 24 anos de idade. No Brasil, entre 2007 e 2022, 23,7% dos casos de infecções por HIV eram de jovens entre 15 e 24 anos.

Para ajudar a reverter isso, é importante que, antes mesmo do início da vida sexual, adolescentes possam ter acesso aos serviços de saúde. Temas relativos à educação sexual, como, por exemplo, autonomia, direito de escolha, planejamento do futuro e métodos contraceptivos são importantes de trabalhar.

“A ocorrência de novas infecções pelo HIV em mulheres jovens, por exemplo, também tem crescido. As mulheres nessa faixa etária encontram-se em idade reprodutiva, sendo importante um planejamento reprodutivo, a oferta de teste anti-HIV para a detecção precoce da infecção e o início de tratamento com antirretroviral, a fim de evitar a transmissão vertical do vírus para o bebê. Ou seja, é muito importante direcionar políticas públicas a essa população jovem de forma contínua”, afirma o Dr. Marcelo.

Além disso, é importante destacar também que a Aids não atinge apenas os jovens. Nos últimos anos, a epidemia de HIV e Aids em pessoas idosas no Brasil tem emergido como problema de saúde pública. Um dos principais pressupostos para esse crescimento é a relação sexual desprotegida, o que torna as pessoas vulneráveis às ISTs e ao HIV/Aids. Por isso, é essencial falar sobre prevenção.

Principais formas de prevenção

O preservativo é o método mais conhecido, acessível e eficaz para prevenir a infecção pelo HIV e outras ISTs e doenças graves. É o caso, por exemplo das hepatites virais. Segundo a OMS, a hepatite viral pode matar mais pessoas do que malária, tuberculose e HIV juntos até 2040, se as tendências atuais de infecção continuarem. O SUS distribui preservativos interno e externo gratuitamente para a população.

Em relação ao HIV, uma das principais maneiras de se evitar a transmissão é com a Prevenção Combinada. Ela consiste no uso simultâneo de diferentes métodos de prevenção. Essas ações podem estar combinadas de acordo com as características individuais e o momento de vida de cada pessoa. É importante frisar que os métodos de prevenção só têm sua eficácia garantida com uso correto.

Prevenção combinada

“Cada pessoa ou grupo de pessoas vai ser orientado com relação ao conjunto de métodos preventivos para o HIV e para outras infecções sexualmente transmissíveis que sejam mais adequados pro seu estilo de vida. Além disso, a prevenção combinada também identifica comportamentos e situações de maior vulnerabilidade que possam ser modificáveis para aquela pessoa ou grupo de pessoas”, explica Marcelo.

Entre os métodos que podem ser combinados, o médico cita:

  • Testagem regular para o HIV, que está disponível gratuitamente no SUS;
  • Prevenção da transmissão vertical (quando a gestante vive com HIV e pode haver a transmissão do vírus para o bebê);
  • Profilaxia pré-exposição (PrEP), que consiste no uso de antirretrovirais antes da exposição para reduzir o risco de infecção pelo HIV;
  • Tratamento para todas as pessoas que já vivem com HIV;
  • Profilaxia pós-exposição (PEP), que é uma medida de prevenção de urgência à infecção pelo HIV, hepatites virais e outras ISTs, que consiste no uso de medicamentos para reduzir o risco de adquirir essas infecções. Ela deve ser utilizada após qualquer situação em que exista risco de contágio.

SUS no combate à ISTs

Se você passou por uma situação de risco, como ter feito sexo desprotegido, é importante que faça o teste de HIV e outras ISTs, alerta o infectologista. “O SUS oferece gratuitamente testes para diagnóstico do HIV e para diagnóstico da sífilis e das hepatites B e C. Existem, no Brasil, dois tipos de testes: os exames laboratoriais e os testes rápidos. Os testes rápidos são práticos e de fácil execução. Podem utilizar a coleta de uma gota de sangue ou fluido oral e fornecem o resultado em 30 minutos”, esclarece o médico.

Vale destacar que, desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente pelo SUS os medicamentos antirretrovirais para todas as pessoas vivendo com HIV que necessitam de tratamento. Marcelo destaca que o programa brasileiro de controle ao HIV tem reconhecimento mundial e oferece gratuitamente para a população os medicamentos modernos para prevenção e tratamento.

“É muito importante que você se previna e, caso tenha tido alguma situação de risco, faça o teste de HIV para dar início imediato ao tratamento. Uma pessoa com acompanhamento médico regular, boa adesão ao tratamento é capaz de atingir níveis de carga viral tão baixos a ponto não haver transmissão. Além disso, quem toma o medicamento corretamente evita o adoecimento e garante boa qualidade de vida”, finaliza o Dr. Marcelo.

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