Um homem foi internado em um pronto-socorro na Zona Sul de São Paulo após uma tentativa de “rinoplastia caseira”. Ele teria se guiado por vídeos da internet e utilizado álcool 70% para higienizar a região do nariz durante o procedimento.
De acordo com o relato do paciente aos médicos, ele não usou luva nem limpou o sangue “para não abrir os pontos”, mas utilizou um anestésico veterinário e finalizou o procedimento com “sutura com fio absorvível e super-bonder”.
A rinoplastia é um dos procedimentos mais populares no mundo. De acordo com a SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), é a quinta cirurgia plástica mais feita no Brasil. Ela é indicada para melhorar o perfil, alterar a ponta ou diminuir o osso do nariz. Mas, como todo procedimento cirúrgico, deve ser realizada em ambiente hospitalar por um médico especializado.
Riscos da rinoplastia caseira
A cirurgiã plástica Patricia Marques, membro da SBCP e especialista em cirurgias de cabeça e pescoço, alerta para o perigo da prática. “Seja no nariz ou em qualquer outra parte do corpo, as tentativas domésticas de alterar algum aspecto físico de forma permanente oferecem muitos riscos de saúde ao paciente. Além de ineficazes ainda podem gerar complicações graves como necroses, infecções, obstrução nasal, entre outras que podem inclusive levar o paciente a óbito”, alerta.
Nos últimos anos, vídeos com tutoriais de como realizar uma rinoplastia caseira se tornaram mais populares na internet. No entanto, a médica reforça que qualquer procedimento deve ser realizado em ambiente hospitalar com um médico especialista, credenciado, seguindo todos os protocolos de segurança e com medicamentos testados e aprovados pelos órgãos regulamentadores.
“É preciso ter auto responsabilidade diante da insatisfação com alguma parte do corpo e procurar ajuda profissional, porque mesmo em condições ideais, complicações pós-operatórias podem ocorrer em qualquer tipo de cirurgia, mas são muito mais raras quando realizadas por médicos especialistas credenciados”, destaca a cirurgiã.
Desfecho do caso
A Prefeitura de São Paulo informou que o homem inicialmente foi acolhido pela equipe médica de saúde mental, e depois passou por atendimento da equipe de bucomaxilofacial (BMF), que realizou a limpeza do ferimento, curativo e orientação quanto aos cuidados necessários. Mais tarde ele foi orientado a receber atendimento psicológico e recebeu alta no mesmo dia.