O aumento nos casos de Influenza A no Brasil se mantém por, pelo menos, cinco semanas. De acordo com dados do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), a taxa de positividade de testes em laboratórios privados permanece acima de 20%, com um pico de 34%. A taxa é considerada alta, pois esse total normalmente fica abaixo de 5%. A proporção se aproxima de janeiro deste ano, quando o país enfrentou um surto da doença, com 44% de testes positivos.
Para o médico infectologista Dr. Bernardo Almeida, mestre em doenças infecciosas pela UFPR (Universidade Federal do Paraná) e Diretor Médico da Hilab, o aumento nos casos tem relação com a pandemia de coronavírus. “Estamos em fase de transição entre o período de pandemia para endemia pelo SARS-CoV-2. Nesse contexto, há uma tendência de retorno do padrão epidemiológico dos outros vírus respiratórios, como o influenza”, afirma.
O especialista explica que esse retorno pode ocorrer de forma atípica, com picos de alguns vírus e fora do período habitual de sazonalidade. “Provavelmente, somente após alguns anos chegaremos a um padrão mais estável e previsível na circulação dos vírus respiratórios em geral”, estima o médico.
Vacina da gripe
A vacinação contra a gripe é a principal medida de prevenção, mas os índices estão abaixo do esperado pelo Ministério da Saúde. “A vacinação contribui na prevenção e diminuição da gravidade da infecção. É indicada para todos que possuam acesso à vacina, mas fundamental para crianças, idosos e quem possui comorbidades”, destaca o Dr. Bernardo.
Além disso, há outras formas de prevenir a gripe e a contaminação pelo vírus Influenza A, aponta o infectologista. Os métodos mais efetivos de prevenção incluem higienizar frequentemente as mãos, usar máscaras e evitar ambientes aglomerados.
“É importante também evitar a circulação do vírus, intensificando o uso de máscaras por quem possui sintomas respiratórios e realização de teste para confirmar o diagnóstico, pois os cuidados tendem a ser maiores por quem sabe a causa da infecção”, conclui o especialista.