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Menos internações, maior mortalidade: as doenças negligenciadas na pandemia

Malária, leishmaniose e dengue estão entre as doenças que causaram menos internações, mas mais mortes durante a pandemia de Covid-19

Menos internações, maior mortalidade: as doenças negligenciadas na pandemia
Menos internações, maior mortalidade: as doenças negligenciadas na pandemia - Foto: Shutterstock

Um estudo realizado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em parceria com a Universidade de Córdoba, na Espanha, revelou que algumas doenças tiveram um aumento na mortalidade, mas uma queda nas internações no Brasil.  É o caso da malária, leishmaniose e dengue.

Isso se explica pelo medo das pessoas de buscar assistência médica durante esse período. A queda nas internações pode levar a crer que essas doenças se tornaram “esquecidas”, quando, na verdade, foram negligenciadas.

Leishmaniose, tuberculose, doença de Chagas, malária, esquistossomose, hepatites, filariose linfática, dengue e hanseníase são doenças infecciosas, transmitidas entre pessoas ou no contato com animais portadores. Elas afetam principalmente a população mais pobre e com menor acesso aos serviços de saúde. 

Embora sejam evitáveis e tratáveis, essas doenças ainda trazem consequências sociais e econômicas. Além disso, impactam a saúde pública, comprometendo a capacidade das comunidades de se desenvolverem e prosperarem.

Pesquisas e conscientização

Em janeiro de 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um relatório que estabeleceu metas alinhadas com os Objetivos do Milênio para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. Elas propõe ações integradas até 2030 para combater essas doenças. 

Segundo a médica clínica dos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, a Dra. Larissa Hermann, esse movimento aponta uma urgência no investimento em pesquisa para o desenvolvimento de medidas de prevenção e tratamento e, principalmente, informação. De acordo com especialistas, o pouco conhecimento sobre essas enfermidades dificulta a mobilização de recursos para a implementação de ações efetivas. 

“Acredito que é responsabilidade do poder público desenvolver estratégias de conscientização. E também divulgar informações precisas por meio da mídia para atingir o maior número possível de pessoas com informações de qualidade”, reitera Larissa. 

Além disso, a médica defende que é necessário fortalecer o sistema de saúde, capacitar profissionais e melhorar a infraestrutura de atendimento, especialmente nas áreas mais afetadas. Ela ressalta o papel dos profissionais de saúde em lembrar a população da existência dessas doenças. 

“A orientação deve ir além do tratamento médico, incluindo alertas sobre cuidados com saneamento básico e meio ambiente, com medidas que podem ser tomadas para evitar a contaminação ou minimizar os danos causados por essas doenças”, complementa.

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