As varizes são um problema comum que atinge sobretudo as mulheres. Elas surgem principalmente nos membros inferiores (pernas), mas também podem aparecer em outras partes do corpo, como na região pélvica.
A cirurgiã vascular e angiologista da Venous Camila Helena explica que as varizes pélvicas são dilatações das veias na região pélvica. Geralmente estão associadas à síndrome de congestão pélvica, causada por refluxo ou obstrução de vasos gonadais ou pélvicos. “São mais comuns em mulheres, especialmente aquelas em idade fértil”, afirma.
Sintomas e riscos da condição
Os principais sintomas, conforme a especialista, incluem:
- Dor pélvica crônica, que pode piorar após longos períodos em pé ou durante a menstruação;
- Sensação de peso ou desconforto na região pélvica;
- Dor durante ou após as relações sexuais (dispareunia);
- Varizes visíveis na região genital ou nas pernas.
Além disso, a condição pode evoluir com alteração do fluxo menstrual e surgimento de incontinência urinária.
A especialista alerta ainda que as varizes pélvicas podem trazer riscos e complicações. Os sinais de alerta incluem:
- Dor pélvica persistente e intensa;
- Aumento significativo do calibre e quantidade de varizes na região pélvica;
- Agravamento dos sintomas durante a menstruação ou após longos períodos em pé;
- Sintomas que interferem na qualidade de vida e nas atividades diárias.
“Se não tratadas, podem levar a complicações como trombose venosa profunda, tromboflebite e varicorragia, que é o sangramento decorrente de uma variz estourada”, alerta a médica.
Isso ocorre, geralmente, pois as veias mais superficiais e dilatadas tendem a ser mais sensíveis, podendo se romper. Além disso, varizes pélvicas podem se comunicar com as varizes dos membros inferiores, sendo uma causa de recorrência das varizes após o tratamento, acrescenta Camila.
Tratamento
O tratamento das varizes pélvicas pode variar conforme a gravidade dos sintomas. As opções incluem:
- Medicações: analgésicos e anti-inflamatórios, remédios para melhorar o fluxo venoso e reduzir a sensação de peso, uso de contraceptivos ou terapia de reposição hormonal e até mesmo antidepressivos e anticonvulsivantes para um melhor controle da dor;
- Escleroterapia: uso de esclerosantes para fechar as veias dilatadas;
- Embolização: procedimento minimamente invasivo que bloqueia o fluxo sanguíneo nas veias afetadas;
- Cirurgia: em casos graves, pode ser necessário remover ou ligar as veias afetadas.
“Nem todos os pacientes precisam de cirurgia. Isso porque a escolha do tratamento depende da severidade dos sintomas e da resposta às abordagens menos invasivas”, diz a profissional.
Camila salienta a importância de procurar um especialista em doenças venosas para uma avaliação adequada se houver suspeita de varizes pélvicas. O diagnóstico geralmente envolve exames de imagem como ultrassonografia do abdome e pelve, ressonância magnética, tomografia ou em últimos casos, quando se pensa no tratamento, o cateterismo venoso.
“A detecção precoce e o tratamento adequado podem prevenir complicações e melhorar significativamente a qualidade de vida das pacientes”, finaliza a médica.