Se você usa a corrida como uma forma de escape dos seus problemas e sentimentos, saiba que isso pode se tornar uma dependência. É o que aponta um novo estudo da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia.
O estudo
A pesquisa, que saiu na revista Frontiers in Psychology, analisou 227 corredores, que praticavam a atividade entre duas a 15 horas por semana. Eles precisaram responder um questionário a respeito do próprio bem-estar, sintomas relacionados ao vício em exercícios e atitudes pessoais em relação às corridas.
Após a análise das respostas, os pesquisadores concluíram que um em cada quatro corredores demonstrou sinais de dependência em relação à atividade. Os resultados foram analisados com base no quanto os participantes concordavam com as afirmações dos questionários. Para os cientistas, aqueles que concordaram com afirmações do tipo “evito pensar em coisas difíceis” ou “quero fugir de mim mesmo” usam a corrida como forma de escape.
Esses voluntários foram os mesmos que afirmaram não conseguir reduzir o tempo dedicado a exercícios dentro da rotina. Eles também apontaram a preferência por correr em relação a investir mais tempo no convívio com os amigos ou familiares. Por outro lado, os participantes que concordaram com afirmações do tipo “estou cheio de energia e quero transferi-la para outras partes da minha vida”, encaram a relação com a corrida de uma maneira mais positiva.
Apesar de ambas as atitudes terem sido associadas ao vício em exercícios físicos, o grupo que corria como forma de escape mostrou sinais mais fortes de obsessão. Os cientistas notaram também que os corredores motivados pela necessidade de escape têm menos controle sobre suas atividades. Por isso, podem se tornar viciados e, até mesmo, sentir vergonha pela adesão excessiva ao esporte.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a prática de atividade física deve variar de 150 a 300 minutos de duração por semana. Esse é o tempo suficiente e ideal para manter a saúde.
Não é preciso uma corrida longa para impactar a saúde
Mesmo que correr longas distâncias seja uma maneira eficiente de se manter longe dos problemas (ao menos em teoria), é bom evitar excessos e também os vícios. Afinal, não é preciso correr muito para impactar positivamente a sua saúde.
Um estudo feito pela Universidade de Tsukuba, no Japão, revelou que correr 10 minutos por dia, em uma intensidade moderada, já é o suficiente para trazer benefícios ao cérebro. Isso porque esse exercício aumenta o fluxo sanguíneo local no córtex pré-frontal bilateral, o que é extremamente positivo para o bem-estar, pois essa região do cérebro é responsável por controlar o humor e as funções executivas.