Institutos de sono espalhados por todo país revelam crescimento nos atendimentos aos usuários, e isso não é por acaso. De acordo com estudos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 72% dos brasileiros sofrem de doenças relacionadas ao sono, entre elas, a insônia.
Insônias, apneias, pesadelos, sonambulismos, distúrbios do ritmo circadiano, parassonias e narcolepsia, por exemplo, são alguns dos distúrbios do sono mais comuns. Se persistentes por longos períodos, esses problemas podem despertar diversas doenças, alerta a psicanalista Dra. Andrea Ladislau.
“Os processos mentais e emocionais relacionados ao descanso da mente denunciam uma fragilidade mundial que eleva riscos de surgimentos de doenças, como o Alzheimer e demências, decorrentes da péssima qualidade de sono”, destaca a profissional.
Causas
A identificação do que leva a distúrbios como a insônia considera fatores psicológicos, hereditários e físicos para melhor compreensão dos sintomas. Conforme a especialista, alguns motivos podem desencadear esses problemas. São eles:
- Altos níveis de estresse;
- Preocupações;
- Elevação da ansiedade;
- Excesso de utilização de eletrônicos;
- Abuso no consumo de álcool;
- Consumo de cafeína;
- Consumo de nicotina;
- Estilo de vida desregrado.
“Além disso, é claro, existem também as questões individuais, uma vez que somos seres únicos e aspectos emocionais também interferem no bem-estar e qualidade de vida do ser humano”, acrescenta a psicanalista. Portanto, a história de cada um, precisa ser investigada, pois pode contemplar episódios recorrentes de ansiedade, estresse, traumas e até mesmo depressão.
O perigo da privação do sono
“A privação prolongada do sono, ou mesmo o sono ineficaz, contribui para o desenvolvimento de déficits de memória, concentração, surgimento de transtornos de humor, além de aumentar a exposição a doenças metabólicas, cardiovasculares, cardiológicas ou demências complexas”, alerta Andrea.
Em termos gerais, os sintomas apresentam consequências negativas para quem sofre com o problema, como:
- Fadiga e sonolência diurna;
- Dificuldades de concentração e memória;
- Problemas emocionais e de saúde mental;
- Impacto na saúde física;
- Prejuízos nas relações interpessoais;
- Redução da qualidade de vida.
“Portanto, considerando que o corpo precisa dessas horas de repouso, ficar sem dormir causa efeitos fisiológicos, mentais e o enfraquecimento do sistema imunológico, o que, naturalmente, irá acarretar o surgimento de doenças”, acrescenta a profissional. Isso porque o sono é fundamental na vida do ser humano tendo como função a restauração e conservação de energia do organismo.
Prevenção
Segundo a psicanalista, a prevenção de problemas advindo desses distúrbios requer uma higiene do sono. Isto é, a adoção de hábitos saudáveis com o objetivo de melhorar a qualidade do descanso noturno. O resultado são benefícios significativos para a saúde física e mental. A especialista destaca algumas dicas importantes:
- Evitar o uso de eletrônicos antes de dormir;
- Evitar ingerir cafeína antes de se deitar;
- Evitar comidas pesadas e doces a noite;
- Procurar se deitar sempre no mesmo horário;
- Preparar o ambiente de se recolher, cuidando para que ele seja aconchegante, temperatura agradável, iluminação escura e adequada e sem ruídos;
- Evitar atividades físicas intensas à noite;
- Praticar exercícios até duas horas antes de se recolher;
- Tentar se desligar dos problemas e preocupações;
- Evitar cochilos e sonecas durante o dia;
- Evitar ficar na cama se não estiver conseguindo dormir logo;
- Evitar utilizar a cama para estudar, trabalhar ou assistir TV, por exemplo.
“Enfim, é preciso criar um ecossistema de aconchego e tranquilidade para acolher o descanso. E em casos mais graves de distúrbios do sono, é necessário buscar ajuda especializada de imediato”, destaca a profissional.