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Jojo Todynho quer perder peso para engravidar: é mesmo necessário?

Obesidade pode levar a problemas durante a gestação. Entenda porque, em alguns casos, é importante perder peso antes de engravidar

Jojo Todynho deseja perder peso para engravidar: é mesmo necessário?
Jojo Todynho deseja perder peso para engravidar: é mesmo necessário? - Foto: Reprodução Instagram (@jojotodynho)

A influenciadora Jojo Todynho se tornou símbolo de um estilo de vida saudável após adotar uma série de mudanças de hábitos. No começo do ano, ela foi diagnosticada com esteatose hepática (gordura no fígado) e, a partir daí, passou a praticar exercícios físicos e manter uma alimentação balanceada. Jojo também passou por uma cirurgia bariátrica, com o objetivo de perder peso para um dia engravidar.

Ainda no ano passado, Jojo revelou seu desejo de um dia se tornar mãe. Contudo, a influenciadora tem consciência de que precisa cuidar da saúde antes de dar esse grande passo. Por isso, ela adotou uma série de medidas a fim de emagrecer de maneira saudável.

É preciso perder peso para engravidar?

Na prática, não é necessário emagrecer para gestar. No entanto, esta é a decisão mais acertada para mulheres com sobrepeso e obesidade, como é o caso de Jojo. Segundo a Dra. Maria do Carmo Borges de Souza, médica da Fertipraxis Centro de Reprodução Humana e ex-presidente da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), só essa noção de que precisa perder peso já é um bom início. 

Conforme a médica, a obesidade gera uma série de dificuldades, que vão muito além da gestação. “A mulher tem potencialmente mais alterações relacionadas à ovulação, à resistência insulínica, a problemas com metabolismo da gordura, às alterações da glicose, alterações pela sobrecarga do organismo, hipertensão arterial… isso vai se somando ao longo do tempo de obesidade”, aponta a especialista.

Além disso, o excesso de peso também acarreta em diversos riscos para a gestação, como indica o Dr. Roberto de Azevedo Antunes, diretor médico da Fertipraxis Centro de Reprodução Humana e diretor da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA). “A obesidade está correlacionada diretamente com uma maior dificuldade de ovulação para as pacientes que querem engravidar naturalmente”, afirma.

Roberto lembra de um direcionamento da Sociedade Americana de Reprodução Assistida do final de 2022, que mostra a mostra a influência negativa que o ganho de peso e a obesidade têm nas taxas de sucesso dos tratamentos de fertilização in vitro. As pacientes com obesidade grau 2 ou 3, por exemplo, podem ter uma redução de até 20% das taxas de sucesso dos tratamentos de fertilização in vitro em comparação com mulheres de peso saudável e na mesma idade.

“Na gravidez, o excesso de pedo pode levar a complicações como aumento de riscos, diabetes gestacional, aumento de dislipidemia e ao crescimento restrito do bebê. Há também o risco de pré-eclâmpsia e doenças hipertensivas da gestação”, alerta o médico.

Existe um peso ideal para engravidar?

Para Maria do Carmo, essa pergunta não tem uma resposta fácil. No entanto, ela indica que uma diminuição de pelo menos 5% do peso corporal já seria um bom começo. “Existem fórmulas matemáticas, mas cada pessoa é uma pessoa. O importante é a consciência de que é essencial ajustar esse índice de massa corporal”, afirma.

Já o Dr. Roberto de Azevedo Antunes indica que o índice de massa corporal (IMC) ideal para engravidar está entre 21 e 25. Segundo ele, até mulheres com sobrepeso podem engravidar sem grandes impactos na gestação.

O especialista ressalta ainda que mulheres abaixo do peso também podem enfrentar maiores dificuldades para engravidar, especialmente com IMC abaixo de 18, que também está associado a maiores níveis de distúrbios de ovulação. No geral, os extremos dos pesos e dos índices de massa corporal estão associados a uma menor chance de gestação.

Acompanhamento durante a gestação é fundamental

Conforme a Dra. Maria do Carmo Borges de Souza, o excesso de peso geralmente é consequência de um estilo de vida que precisa mudar, especialmente em termos de atividade física e cuidado com a alimentação. “O pré-natal vai tentar corrigir isso, mas é muito mais saudável começar uma gestação de um ponto de vista melhor”, indica. Isto é, o ideal seria engravidar já com o peso considerado ideal.

Além da atividade física e de uma boa alimentação, a gestante com obesidade também pode trabalhar para perder peso, mesmo enquanto gera um bebê em seu ventre. Segundo a médica, com o acompanhamento adequado, isso pode ser feito de uma maneira tranquila e muito saudável.

Nesse sentido, Roberto destaca a importância de manter um acompanhamento multiprofissional, com um nutricionista que consiga balancear a sua dieta de forma adequada. Além disso, é importante que, a grávida que não tenha nenhuma contraindicação obstétrica para isso, mantenha um nível de atividade física adequado. Isso ajuda na preparação para o parto e ajuda no controle do peso na gravidez.

“Essa história de que grávida pode ter desejo e comer o que der na telha já caiu por terra. A gente precisa controlar o ganho de peso. Idealmente, pacientes de peso normal, têm um ganho de peso que gira de 7 a 10 kg durante a gravidez. Em pacientes que estejam já obesos durante a gravidez ou quando engravidam, essas taxas de ganho são diferentes. O ideal, na verdade, é que ela não ganhe mais peso e consiga controlar a ingestão calórica”, ressalta o especialista.

Roberto enfatiza ainda que o ganho de peso ou excessivo durante a gestação é um sinal de alerta. Isso porque este é um sintoma de que a gestante está errando no balanço energético da dieta. Portanto, é importante se manter alerta.

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