Na última terça-feira, 10, a cantora Preta Gil, de 48 anos, comunicou aos fãs através do Instagram que está com adenocarcinoma – um câncer na porção final do intestino. Em agosto de 2022, Simony, de 46 anos, recebeu o mesmo diagnóstico. O que parece ser, inicialmente, uma coincidência, é reflexo de uma tendência que a comunidade científica já vinha acompanhando.
Um estudo feito em 2022 pela Universidade Harvard (EUA), publicado na revista científica Nature Reviews Clinical Oncology, mostrou que mesmo os cânceres que antes eram comumente diagnosticados em pessoas mais velhas – como os de intestino, mama, estômago e pâncreas – têm se tornado mais frequentes entre pacientes com menos de 50 anos.
Câncer de intestino
O câncer de intestino é um tumor que se desenvolve no intestino grosso, chamado também de câncer do cólon e do reto. É possível prevenir a doença, pois ela quase sempre se desenvolve a partir de pólipos – isto é, lesões benignas que crescem na parede do intestino. De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Brasil deve registrar 44 mil novos casos da doença por ano no próximo triênio, entre 2023 e 2025.
Apesar de não ser possível garantir que um paciente não desenvolva a doença, a genética é uma forte aliada para a prevenção, afirma o Dr. Pedro Andrade, um dos pioneiros em medicina de precisão no Brasil e entusiasta da medicina funcional. Isso porque, através do conhecimento dos genes é possível adotar medidas para silenciá-los através dos hábitos de vida, sobretudo, os hábitos alimentares.
“No caso do câncer de intestino, algumas pessoas apresentam alterações genéticas, com polimorfismos nos genes NAT1, NAT2 e GATA3 que estão ligados à patologia. Um dos fatores que promovem a expressão desses genes, ou seja, o desenvolvimento da doença, é o excesso do consumo de carnes vermelhas e processadas, os famosos embutidos, como linguiças, salsichas, presuntos, mortadelas, salames, entre outros”, aponta.
Prevenção
Ainda de acordo com o especialista, não é preciso ter acesso a testes que revelem informações genéticas. Isso porque um estilo de vida mais saudável reduz as chances de desenvolver este tipo de câncer. “Prevenir uma doença vai muito além de fazer exames regulares, o que também é importante. Mas a prevenção maior, é feita através das nossas escolhas do dia a dia, especialmente em relação à alimentação”, afirma.
Para auxiliar na prevenção do câncer de intestino, especialmente para pessoas predispostas, o especialista recomenda adotar uma dieta com base vegetal. Ele indica principalmente os seguintes grupos alimentares:
- Cereais;
- Raízes;
- Tubérculos;
- Frutas;
- Verduras;
- Leguminosas;
- Oleaginosas;
- Sementes.
“Caso não haja uma adaptação à rotina sem proteína animal, é importante incluir o consumo de carnes brancas e magras, como frango, peixes, coelho e pato”, finaliza.