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Saúde mental e sexualidade: saiba como uma impacta a outra

Especialistas explicam como o bem-estar emocional pode afetar a sexualidade, causando até mesmo disfunções sexuais

Saúde mental e sexualidade: saiba como uma impacta a outra
Saúde mental e sexualidade: saiba como uma impacta a outra - Foto: Shutterstock

A sexualidade é uma das expressões mais particulares e íntimas do indivíduo, senão a maior delas. Por isso, ela sofre impacto direto da saúde mental e do bem-estar emocional. Na verdade, o contrário também ocorre, mostrando uma relação acentuada entre os dois fatores.

Mente e sexualidade andam juntas

De acordo com Chris Marcello, sexóloga e CEO da Sophie Sensual Feelings, se a saúde da mente é um estado de sentir-se bem consigo mesmo, isto passará também pela forma como exercitamos a nossa sexualidade, que é parte inerente de quem somos, algo bio-psíquico-social. Por isso, ela está intrinsecamente ligada a este “estar bem consigo mesmo”, ou estar em dia com sua saúde mental.

“É sabido que estresse, desafios para exercer seu lugar no mundo (como questões de gênero, por exemplo), complicações causadas pelo intenso ritmo da vida, fragilidade de algumas relações… toda e qualquer preocupação já tira energia para que se possa ter uma sensação de bem-estar, incluindo a sexual”, afirma.

Além disso, a sexóloga lembra que transtornos como depressão e ansiedade, que são “o mal do século”, utilizam muitas vezes de medicamentos que também afetam a libido. “A libido é nossa pulsão pra vida, é nossa energia vital que nos motiva a sair da cama em busca de nossos prazeres, nossas realizações. A mente quando não está saudável, mina esta energia”, destaca.

A questão do “desempenho” sexual

Um fator de preocupação para muitos casais é a satisfação que o indivíduo está proporcionando ao seu parceiro na cama. No entanto, para a psicóloga especialista em sexualidade e saúde mental, Roberta Payá, o apego à “performance” por si só é algo que pode minar a sexualidade.

“Sexualidade não é só performance. Tem o campo da fantasia, do autoconhecimento erótico, dessa matriz. Cada um se compromete a um tipo de entrega, se a pessoa já explorou o corpo, os pontos que sente mais prazer”, diz.

Segundo ela, a busca para atender a agluns requisitos a fim de que o sexo seja bom (como corpo “perfeito” e tamanho do pênis, por exemplo), são elementos que fazem parte de um campo fantasioso que comprometem no campo sexual. “Tem que avaliar também o quanto você deseja o seu parceiro, isso impacta diretamente na baixa líbido”, aponta. 

Disfunções sexuais e seus efeitos

De acordo com a pesquisa recém lançada sobre Sexualidade e Saúde da Mente do Instituto Bem do Estar em parceria com a Noz Inteligência, somos o 1º país em casos de ansiedade no mundo e o 2º. país em casos de depressão na América Latina. Quase 10% dos brasileiros sofrem de transtornos de ansiedade patológica. Além disso, no período pós pandemia, houve um aumento significativo em transtornos depressivos (28%) e em transtornos ansiosos (26%).

“Estes transtornos apresentam sintomas como redução da autoestima, dificuldades no relacionamento, redução do interesse sexual e cansaço que podem afetar a frequência e a qualidade das relações sexuais. Isso inclui ainda as disfunções sexuais (que afetam a função sexual), como disfunção erétil, ejaculação precoce, anorgasmia (incapacidade de atingir o orgasmo) e outros problemas relacionados ao ciclo de resposta sexual”, afirma a sexóloga Chris Marcello.

Nesse sentido, Roberta lembra que a saúde mental requer tratamento, bem como mudanças de comportamento e estímulo de motivações. “Muitas vezes é sobre pedir ajuda. Se eu tenho amparo do meu parceiro, isso pode me ajudar a perceber o que eu preciso como tratamento, quais recursos podem auxiliar”, ressalta a psicóloga e terapeuta familiar.

As disfunções mais comuns entre os homens

A psicanalista Andrea Ladislau lembra que a disfunção sexual pode afetar tanto homens quanto mulheres. Contudo, as formas como se manifestam e as suas causas podem variar significativamente entre os gêneros. 

“Sabemos que a libido é o sinônimo de desejo sexual intrínseco à produção dos hormônios e, no que diz respeito ao aspecto feminino, as mulheres são diretamente afetadas pela falta de desejo sexual, devido a algumas alterações hormonais que ocorrem ao longo das fases da vida e que podem afetar, significativamente o seu estado emocional. Os homens também sofrem com o problema, porém com implicações distintas”, explica.

No universo masculino, por exemplo, uma das principais disfunções sexuais é a Disfunção Erétil (DE). Isto é, a incapacidade de obter ou manter uma ereção adequada para a atividade sexual. “Uma outra disfunção que também é uma queixa bastante comum nos consultórios, é a ejaculação precoce. Nesse caso, a ejaculação ocorre antes ou logo após a penetração, com o mínimo estímulo sexual”, diz a especialista.

Por outro lado, há também a ejaculação atrasada, que é a dificuldade ou a incapacidade de ejacular, mesmo após uma estimulação sexual prolongada. “No caso do baixo desejo sexual, como o próprio nome já diz, é o menor interesse em atividade sexual, que pode ser influenciado por fatores físicos e psicológicos”, acrescenta Andrea. 

Os problemas que mais acometem as mulheres

No caso das mulheres, o Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo (TDSH) ganha disparado nas queixas, diz a profissional. O problema traz, inclusive, muitas relações com as questões psicológicas, uma vez que está relacionada a pouca ou a nenhum interesse em atividade sexual. 

“É a forma mais comum de disfunção sexual feminina, gerando angústia, baixa autoestima, depressão e conflitos emocionais importantes. Mas temos também, o Transtorno de Excitação Sexual Feminina que é a dificuldade em manter a excitação sexual ou a falta de excitação durante a atividade sexual, como uma disfunção importante”, detalha a profissional.

Entre o público feminino, há ainda o vaginismo. Isto é, espasmos involuntários dos músculos ao redor da vagina que impedem a penetração durante a relação sexual, causando dores e desconforto. O problema é semelhante à dispareunia, que é a dor durante o ato sexual. O desconforto pode ser consequência de diversas condições físicas ou psicológicas.

Procurando ajuda

Seja qual for a causa da disfunção sexual, tanto em homens como em mulheres, o mais importante é procurar ajuda médica e psicológica para que seja apoiada a medicina no tratamento emocional adequado. 

“Iniciar o caminho consultando um médico é fundamental para identificar a disfunção orgânica e hormonal. E, caso não sejam identificadas causas físicas, é fundamental o acompanhamento de um profissional de saúde mental especializado em sexologia para ajudar a superar a disfunção e redescobrir o prazer e satisfação sexual”, finaliza a psicanalista.

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