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Beijar na boca no Carnaval é normal, mas é importante ter cuidado

Beijar na boca nesta época do ano está ligado a questões neurológicas. No entanto, o contato com pessoas desconhecidas pode causar doenças

Beijar muito no Carnaval é normal, mas é importante ter cuidado
Beijar muito no Carnaval é normal, mas é importante ter cuidado - Foto: Shutterstock

O Carnaval está batendo na porta! O que significa que, além do samba e da folia, também está chegando a temporada de beijar na boca – principalmente para os solteiros que pretendem curtir a festa. Durante esta temporada é comum pouca roupa no corpo e muita sensualidade na mente, e a motivação para isso está dentro do nosso cérebro. Quem explica é o Dr. Fernando Gomes, médico neurocirurgião e neurocientista do Hospital das Clínicas de SP.

A diminuição do pudor tem origem no cérebro

“O cérebro, por ter seu forte instinto ligado ao olhar para buscar informações, fica mais sensibilizado ao interesse pelas curvas do corpo, em especial quando elas estão mais expostas. Isso o torna ainda mais ‘vulnerável’ com a maior entrada dessas informações visuais. Processada nos lobos occipitais, que é a parte visual primária do cérebro, ali se formam as imagens que se refletem em áreas de associação e no sistema límbico, que é o circuito emocional. É nesse acúmulo de emoções que podem envolver os casais no Carnaval”, afirma.

De acordo com o especialista, de modo geral, o ser humano se liga em marcos, em especial em datas e eventos específicos. ”Em festas como o Natal, por exemplo, em que está ligada a união de família e amigos e desabrocha o cunho social. Em finais de ano, as pessoas costumam ajudar mais, fazer caridades, etc. Já o Carnaval é famoso pelas músicas provocantes que remetam ao sexo e ao corpo que fica em grande exposição. Isso tudo leva a uma certa ‘frouxidão’ social e naturalmente as pessoas já se deixam levar pela ideia de que é uma época de beijar sem muitos critérios. Isso porque, quando deixamos o cérebro exposto ao olhar do corpo quase nu a sedução fica ainda mais aflorada”, esclarece o Dr. Fernando.

Mudanças neurais dão mais vontade de beijar na boca

O médico conta que, nesta época, certas áreas do cérebro acabam se “desligando” tanto nos homens como nas mulheres, para que outras áreas possam se ativar na fase da conquista. “São elas, em especial, as amígdalas nos lobos temporais – o centro da ‘defesa’ de fuga ou luta – que se ‘desligam’ e os centros do prazer se ativam como a área tegmental ventral. Nas mulheres, o córtex orbitofrontal lateral esquerdo, responsável pelo controle de desejos elementares, silenciam-se também. E então elas conseguem se despreocupar dos pudores e simplesmente se deixam levar pela sedução”, explica o neurocientista.

Beijar na boca é natural, mas é importante tomar alguns cuidados

Beijar na boca é uma das formas mais populares de curtir o Carnaval. E, como já vimos, a motivação para isso está em nosso próprio cérebro. No entanto, a festa geralmente inclui beijar diferentes bocas – muitas delas desconhecidas. Infelizmente, isso pode trazer alguns riscos à saúde. A ortodontista Caroline Malavasi, especialista em Dentística pela Universidade Federal Fluminense (UFF), explica o quão perigoso é beijar pessoas desconhecidas, seja no feriado ou em qualquer ocasião. Ela detalha as principais doenças que podem surgir do beijo. Confira:

Doença do beijo – Mononucleose: causada pelo vírus Epstein Barr, a doença do beijo se transmite principalmente pelo contato de saliva, mas também pela troca de talheres, copos, pratos e outros objetos que não foram bem lavados, ou que uma pessoa acabou de usar. “Pode ser assintomático ou não. Por isso que a gente sempre tem que tomar esses cuidados, de não beijar desconhecidos e de não compartilhar esses utensílios, e até acessórios íntimos”, explica.

Dentre os sintomas mais comuns estão a fadiga, dor de garganta, tosse e também inchaço dos gânglios. Esse vírus pode ficar incubado de 30 a 45 dias no organismo e é uma doença que não tem cura. Então, sempre que a pessoa está com a imunidade fraca ela pode desenvolver esses sintomas – ou seja, o paciente pode carregar isso por toda a vida.

Diferentes doenças se transmitem pelo beijo

Herpes: a herpes é resultado do contato de uma pessoa saudável com uma ferida na boca de uma pessoa contaminada. Ela pode aparecer tanto na boca quanto nas partes íntimas. “As lesões normalmente aparecem quando a imunidade está mais baixa, e elas podem durar de 7 a 14 dias em média. Depois do primeiro contágio também não tem cura. A pessoa passa a conviver com a herpes por toda a vida e, às vezes, podendo ficar totalmente assintomático e vindo a desenvolver alguns anos mais na frente”, detalha a ortodontista.

Gripe (H1N1): a transmissão da gripe se dá pelo contato com a saliva ou também por gotículas como espirro, tosse e catarro. O mesmo acontece com a Covid-19. Em relação a esses vírus, tanto da Covid quanto da gripe, são válidas as instruções padrão de higiene, como lavar sempre as mãos com sabão ou álcool e evitar passar as mãos nos olhos, bocas e nariz. “Mas pra beijo não tem jeito. Se tiver contaminado e entrar em contato, vai pegar mesmo”, alerta a especialista.

Sífilis: a sífilis é uma infecção sexualmente transmissível, mas que também pode se transmitir no contato com alguma ferida na boca, como a herpes. Diferente dos casos anteriores, ela é causada por uma bactéria, então o tratamento utiliza antibióticos. “Ela pode aparecer em diversas partes do corpo e pode levar até uma semana após o contágio para manifestar alguma lesão ou alguma ferida. No início podem aparecer pequenas lesões localizadas, seja onde for, até nas partes íntimas. Se não receberem tratamento, elas podem evoluir para uma doença crônica, podendo causar até problemas mais graves, como lesões cardíacas e ósseas”, alerta Caroline.

Como se cuidar

No geral, para todas as doenças, é importante tomar cuidado com quem vai beijar, principalmente no Carnaval, destaca a profissional. Entre as principais medidas de assepsia e de higiene, Caroline recomenda não beijar pessoas desconhecidas, lavar as mãos e sempre usar preservativo nas relações sexuais. Assim, é possível curtir a folia com mais segurança.

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