Nem toda descamação do couro cabeludo é caspa. Em muitos casos, pode se tratar da psoríase, doença autoimune e inflamatória. Além disso, a condição pode aparecer em diversas partes do corpo, inclusive na cabeça, o que pode causar danos graves à saúde.
“A psoríase é uma doença relativamente comum, geralmente se apresenta com placas vermelhas e descamativas, acompanhadas de coceira, comumente vista nos joelhos e cotovelos, mas que também pode aparecer em outras regiões, inclusive no couro cabeludo“, afirma a Dra. Jaqueline Zmijevski, dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e Fellow em Tricologia pela Associação Médica Brasileira (AMB).
Em indivíduos com predisposição genética, a doença pode se manifestar por hábitos de vida, como estresse emocional, obesidade, tabagismo e etilismo, além de diabetes, pressão alta e alterações do colesterol, como aponta a médica.
Como identificar a psoríase
A Dra. Jaqueline explica como identificar os sintomas: “Na psoríase, as placas costumam ser maiores e mais grossas, deixando o couro cabeludo com aspecto esbranquiçado, com escamas muito mais aparentes, de coloração prateada”, esclarece.
No início do quadro, elas podem se apresentar de forma bastante semelhante à caspa. “Um outro diferencial é que, na psoríase, as placas não respeitam a delimitação dos cabelos, podendo atingir a pele, especialmente a nuca”, acrescenta a especialista em tricologia. De acordo com Jaqueline, essas placas costumam coçar bastante, a ponto de apresentar um leve sangramento, chamado de orvalho sangrante. Isso gera dor, queimação e ardência.
Tratamento
Segundo a médica, o tratamento para psoríase no couro cabeludo varia de uma pessoa para a outra. Isso porque depende da gravidade do quadro, da intensidade dos sintomas e do quanto isso afeta a qualidade de vida do indivíduo.
“O tratamento vai desde o uso de shampoos com ativos calmantes, até corticoides, ácido salicílico e imunomoduladores“, afirma a dermatologista. “Além disso, alguns medicamentos podem ser utilizados, como metotrexato, retinoides sistêmicos e imunobiológicos. Eles apresentam boa resposta e remissão das lesões, oferecendo qualidade de vida a esses pacientes”, finaliza.