Como muitos já sabem, a alimentação de bebês e crianças pequenas não pode ser simplesmente uma cópia daquilo que os adultos da casa comem. Afinal, existem muitos alimentos que são proibidos para os pequenos até uma certa idade, e a introdução alimentar deve ser sempre feita corretamente para evitar danos ao bebê.
Porém, vira e mexe é possível encontrar por aí vídeos de bebês ingerindo alimentos com açúcar. E aí fica a dúvida: pode ou não?
A resposta é que Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e o Ministério da Saúde recomendam não oferecer açúcar às crianças nos primeiros anos de vida. Segundo o Guia Alimentar Para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos, uma publicação do Ministério da Saúde, uma alimentação adequada e saudável começa com o aleitamento materno até os 2 anos ou mais, oferecendo somente o leite da mãe até os 6 meses, e continua com a oferta de alimentos in natura e minimamente processados, além do leite materno, a partir desse primeiro semestre.
“Basicamente, a alimentação de uma criança até dois anos de idade, deveria ser pura e simplesmente leite materno. Se não for possível devido a quantidade, e por diversas particularidades da mãe e da criança, pode-se introduzir alimentos naturais, como papinhas de legume muito bem cozidas, papinhos de frutas também bem maceradas para evitar problemas com deglutição”, afirma o nutricionista Antônio Wanderson Lack de Matos.
O açúcar e a questão do paladar
Segundo o especialista, nessa fase até os dois anos, o paladar é extremamente sensível e se adapta com facilidade. A introdução precoce de açúcar ou sal pode comprometer a aceitação de alimentos naturais — incluindo o próprio leite materno, essencial para imunidade.
“Quando você introduz alimentos com um gosto extremamente acentuado, como o açúcar ou o sal, a palatabilidade dos outros alimentos que seriam naturais e saudáveis vão se perdendo. Isso inclui o leite materno, que é fundamental para imunidade da criança nesse período da vida”, alerta.
O que uma criança pequena pode e não pode comer
Para o especialista, toda a família deve se preocupar com os hábitos alimentares. “A família inteira deve fazer uma alimentação boa, ou fazer uma refeição separada para criança, onde vai ser basicamente papinha de legumes, carnes magras, frutas integrais, gorduras boas, grãos integrais. Não tem muito mistério nisso não, quanto mais natural, melhor”, orienta.
Já os alimentos contraindicados para crianças pequenas são aqueles que exigem do organismo um esforço acima da capacidade da idade, como açúcar e cafeína. Além de sobrecarregar o metabolismo, eles aumentam o risco de obesidade futura.
“Esses alimentos aceleram o metabolismo muito além do que a criança está apta para conseguir absorver ou para poder processar altas quantidades de açúcar. Além disso, se a gente parar para pensar friamente, as células de gordura se proliferam nessa idade, então quanto mais a criança for obesa, maior a tendência dela ser obesa no futuro”, acrescenta Antônio.
Ele ainda cita exemplos de produtos que é importante evitar:
- Margarina;
- Bacon;
- Carnes industrializadas;
- Hambúrgueres;
- Alimentos ultra processados com conservantes, corantes e outros aditivos químicos.
